Renda de Bilros na Reserva da Biosfera das Fajãs de São Jorge
No passado dia 6 de outubro, as rendeiras de Santa Catarina e a representante da Casa dos Açores de Florianópolis (Brasil), dinamizadoras de uma ação de formação na llha, tiveram a oportunidade de visitar uma das áreas núcleo da Reserva da Biosfera das Fajãs de São Jorge.
Durante o passeio, proporcionado pelo Serviço de Ambiente e Ação Climática de São Jorge, foi possível dar a conhecer o património natural e cultural da ilha, através da visita à Fajã dos Cubres, à Fajã da Caldeira de Santo Cristo e ao seu Centro de Interpretação, bem como à Casa do Parque de São Jorge.
As artesãs Marli Barcelos e Regina Rocha partilharam os seus conhecimentos sobre uma arte centenária – a Renda de Bilros – numa formação que decorreu entre os dias 8 de setembro e 8 outubro, na Casa Museu Cunha da Silveira, na Vila das Velas. Esta iniciativa foi promovida pelo Município de Velas, parceiro da Reserva da Biosfera das Fajãs de São Jorge, em colaboração com a Associação para o Desenvolvimento da Ilha de São Jorge, a Casa dos Açores de Santa Catarina e a Prefeitura de Florianópolis.
A produção de Renda de Bilros é uma técnica complexa, que consiste em entrelaçar fios com o auxílio de bilros de madeira, trabalhados em pares sobre uma almofada, formando padrões delicados. Trata-se de um processo minucioso e paciente, que exige habilidade e ritmo, resultando em peças únicas, cheias de beleza e significado.
Esta tradição chegou ao Brasil através dos açorianos, com os primeiros colonizadores portugueses e foi preservada, principalmente, por mulheres que aprenderam a técnica com as suas mães, avós e vizinhas. Os motivos predominantes nas rendas são vegetalistas e florais, mas também incluem elementos geométricos, como arcos, quadrados e losangos, e marinhos, como peixes e estrelas-do-mar.
Mais do que um produto artesanal, a Renda de Bilros é uma memória viva, herança afetiva e expressão de criatividade feminina. Uma arte onde os participantes tiveram a oportunidade de aprender diversos pontos, como a “Maria Morena” e a “Tramoia”, contribuindo para a valorização e recuperação da história da Renda de Bilros na Reserva da Biosfera das Fajãs de São Jorge.


